Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos DeputadosO Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou, nesta terça-feira (27), uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar.
A medida foi tomada após o deputado licenciado ser acusado de atuar, nos Estados Unidos, em articulações contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A representação é assinada pelo senador Humberto Costa (PE), presidente da legenda, e pelo líder da bancada petista na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ).
O texto aponta que Eduardo Bolsonaro teria tentado influenciar autoridades americanas a impor sanções contra integrantes do STF, o que, segundo os parlamentares, representa um atentado à soberania nacional e à harmonia entre os Poderes.
“A atuação do representado desonra o mandato parlamentar, viola a dignidade da Câmara dos Deputados e compromete a imagem do Poder Legislativo, ao colocar-se como instrumento de ataque às instituições nacionais a partir de alianças com interesses políticos e estratégicos estrangeiros”, diz um trecho do documento entregue ao colegiado.
Além da representação no Conselho de Ética, Eduardo também passou a ser alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal, instaurado na segunda-feira (26) pelo ministro Alexandre de Moraes.
A investigação foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e vai apurar se houve violação de prerrogativas institucionais por parte do parlamentar nas ações realizadas durante sua passagem por Washington.
O caso amplia a tensão entre setores do Judiciário e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em meio a um cenário de embates jurídicos e disputas políticas que envolvem a atuação de autoridades brasileiras no exterior.
