Por Mauricio Leiro

Foto: Divulgação
Da discussão a concretização, o PDT voltou a base do governo petista na Bahia. A movimentação, marcada pela insatisfação do presidente estadual do partido, Félix Mendonça, durante as eleições de 2024, pode impactar na permanência de alguns integrantes, inclusive do deputado federal Leo Prates.
Ligado diretamente a oposição na Bahia, principalmente ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), a possibilidade já chegou a ser aventada. O movimento, ainda em 2024, sofreria uma série de fatores, impactando na manutenção da filiação do parlamentar ao partido, podendo fazer com que Leo encontrasse resistência em sua permanência. Mesmo com o “endosso” do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, desde o ano passado, a saída é vista como iminente.
Com o cenário mais "estável", o próprio Leo tem buscado encontrar alternativas para o futuro. Segundo interlocutores ligados a alguns partidos políticos, duas possibilidades foram cogitadas: o Progressistas e o Republicanos. O PP, agora, com o encaminhamento de uma federação com o União Brasil, seria um partido viável para Prates, já que conseguiria manter o posicionamento de oposição, além de uma viabilidade política para os cenários expostos. Um diálogo inicial teria sido feito, inclusive com o assunto passando por lideranças do partido na Bahia.
A alternativa, mais atual, seria o Republicanos. O partido pode ser o destino de Leo, possibilitando o partido a conquistar mais uma cadeira de deputado. Porém, a articulação para a filiação pode ter vista a formação da chapa majoritária. A ida de Leo para o Republicanos abriria outro "caminho", com o parlamentar podendo representar a legenda na chapa, integrando a vice de ACM Neto, que deve disputar o governo em 2026.
O salto significaria um "alavancada" de Leo Prates, que, integrando um eventual governo de Neto na Bahia, poderia manter vivo o principal sonho que é o de disputar a prefeitura de Salvador. Inclusive, o Bahia Notícias apurou que o diálogo de Leo seria diretamente com o presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Hugo Mota. Com forte influência no partido, Hugo teria a missão de conduzir a migração de Leo para a legenda, atuando nos bastidores do partido comandado pelo também deputado federal Marcos Pereira.
Em recente manifestação, Leo sinalizou que, apesar da situação do PDT no estado, a legenda apoiou ACM Neto e que seu posicionamento será de "oposição ao governo" do PT na Bahia, por, segundo ele "respeito à nossa história". "Gosto do PDT, sou amigo de Carlos Lupi e quero continuar no partido. Mas estar onde sempre estive é um princípio — não uma condição. E princípios não se negociam", afirmou, após um encontro com integrantes da legenda.
Leo ainda lembrou o desempenho do partido nas eleições de 2022 no grupo de Neto. "Em 2022, a chapa do PDT para deputado federal na Bahia fez 396.887 votos. Desses, 143.700 foram meus — fui um dos 10 mais votados do estado — e 26.386 de Zé Carlos Araújo, nosso primeiro suplente. Juntos, representamos mais de 1/3 dos votos do partido", completou.
DIZ QUE FICA
Apesar de indicar que pode ficar no PDT, movimento é improvável. Quando do início do debate sobra a possível migração do partido para a base petista, Leo apontou que iria se posicionar "com o grupo de Bruno [Reis] e [ACM] Neto".
“Não vejo como o partido desconsiderar os maiores mandatos e a vice [de Salvador]. Temos federais, o deputado estadual Penalva, quatro vereadores de Salvador. Outro ponto que volto a dizer é que o partido tem que ter vaga na majoritária. Tem sido a defesa que tenho feito. Não vejo condições no PT de nos dar isso”, apontou Leo a época, tendo seu plano frustrado.