Por Redação
Foto: Divulgação
A líder indígena da Terra Las Casas, Tuíre Kayapó, faleceu na manhã deste sábado (10/8) no Pará, aos 54 anos, após uma batalha contra o câncer de colo de útero. A informação foi confirmada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó do Pará.
Tuíre ganhou notoriedade em 1989, durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. Na época, aos 19 anos, ela se destacou por sua resistência contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, ao pressionar um facão contra o rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes.
O ato gerou grande repercussão internacional, e o projeto da hidrelétrica no Rio Xingu, inicialmente conhecido como Kararaô, foi interrompido e mais tarde renomeado como Belo Monte.
A construção foi adiada por 22 anos, mas a resistência indígena acabou sendo vencida quando, em 2011, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença para o início da obra da usina.
A Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) emitiu uma nota de pesar pela perda, destacando o legado de luta, coragem e determinação deixado por Tuíre. "Sua passagem para outra dimensão deixa um imenso vazio, mas também uma responsabilidade ainda maior de dar continuidade à sua luta. Seguiremos firmes, inspirados pela força e pelo exemplo que você nos deixou, Tuíre", afirmou a
nota.
Em nota oficial, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) expressou o pesar pelo falecimento de Tuíre, lembrada pela força, coragem e por ter marcado a história do país em seu ato de resistência.
“O gesto de Tuíre, colocando-se diretamente diante de decisões que afetavam sua terra e seu povo, representou um ato de resistência que permanecerá para sempre na memória daqueles que lutam por justiça”, disse
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